Andando pelo sertão
Por uma terra habitada
Povoada de morada
Um sinal da resistência
Lá de nossa descendência
Hoje tão distanciada
Muitos caminhos trilhado
Construído em adjunto
Pois ainda somos muitos
E mesmo vivendo juntos
Estamos fragmentados
Estamos atravessando
Uma crise de identidade
Do campo para a cidade
Raízes foram quebradas
Culturas manipuladas
Por diversos segmentos
E um tal desenvolvimento
Com modelo importado
Competição de mercado
Que vai excluindo a muitos
Pois mesmo morando juntos
Estamos fragmentados
Pelas instituições
Sempre fomos mapeados
Por várias organizações
Nós somos arrebanhados
Legitimando a dependência
Apagando a coerência
Dos nossos antepassados
Importa suas legendas
Na distribuição da renda
Nós nunca somos lembrados
Pois então eu me pergunto:
Por que é que sendo muitos
E mesmo vivendo juntos
Estamos fragmentados?
Nós estamos descobrindo
Quem está do nosso lado
Mas só identificamos
Estando mobilizado
Traçando nossos projetos
Não se muda por decreto
O rumo de uma nação
Só com a participação
De quem constrói a riqueza
Com alimento na mesa
E a certeza na mão
Levando motivação
Para o nosso camponês
Pois chegou a nossa vez
De replantar o sertão.
Zé Santana ..
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